BAFICI: Encarnação do Demônio, de José Mojica Marins

encarnação

Esses dias eu andei pelos cinemas, sob o décimo primeiro BAFICI. O primeiro filme que fui ver foi Encarnação do Demônio, do lendário diretor de terror José Mojica Marins. Para ser sincero, cheguei à exibição com muito poucas informações, tanto do realizador como do filme em questão. E recebi várias surpresas, umas boas, outras nem tanto.

O filme de terror brasileiro está localizado na seção Noite, local reservado para ver as obras mais aterrorizantes, delirantes, retorcidas e bizarras da programação. Com essa ideia mínima do que esperar, entrei em uma sala muito lotada. Enquanto os últimos espectadores se acomodavam, Javier Porta Fouz (um dos programadores do festival) apresentou Marinheiros, que veio especialmente para dar uma palestra (no dia seguinte) e, aliás, apresentar o filme. Já com suas palavras, a forma de falar e se dirigir ao público, percebeu-se que ele é um personagem bastante, e as suspeitas de estar diante da bizarra dose do Bafici eles estavam sendo confirmados.

Encarnação do Demônio seguir as (des) aventuras de Zé do Caixão, um assassino sádico, diabólico e barbudo com uma galera, capa e pregos de quilômetros de comprimento, que é libertado após passar 40 anos preso em uma prisão. Quando estiver livre novamente, Zé do Caixão vai procurar um jeito de continue seu legado de sangue, determinado a encontrar a mulher ideal para conceber seu primogênito.

Nessa busca, não faltarão torturas explícitas, vários tormentos, alguns litros de sangue e cenas de sangue coagulado de muito sucesso, desde chuvas de sangue até o mais extremo canibalismo. Depois de sua trilha sangrenta, Zé do Caixao e seus súditos enfrentarão a polícia de São Paulo e o misterioso (e sadomasoquista!) Padre Eugênio, que tentará vingar a morte de seu pai, assassinado no passado por Zé do Caixao.

Enquanto eO roteiro e a atuação são um pouco preguiçosos, o filme mantém um espírito bizarro que diverte, com sequências que fazem rir, e outras que, sendo tão extremas, também trazem alguns sorrisos. A música, de André Abujamra e Marcio Nigro é um dos destaques de toda a produção, junto com todos os FX vistos na fita.

A história foi escrita por ele mesmo Marins, com Denilson Ramalho. Eles participam do elenco Cristina Aché, Raymond Castile, Eduardo Chagas, Milhem Cortaz, Cleo de Paris, Giulio Lopes, José Mojica Marins (com discursos fora da tela) e José Celso Martinez Corrêa. O produtor que aposta no trabalho de Marins foi a Olhos de Cão Produções Cinematográfica, em colaboração com a Gullane Filmes.

Aos interessados, recomendo que procurem os outros dois filmes da saga de Zé do Caixao, À Meia-Noite Levarei Sua Alma e Esta Noite Encarnarei no Teu Cadaver, que Marinheiros filmado nos anos 60, com um orçamento muito pequeno.


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