Entrevista com No Te Va A Gustar

você não vai gostar

O jornalista do Clarín Pedro Irigoyen eu viajo para Montevidéu (Uruguai) como enviado especial para dialogar com Você não vai gostar, uma das bandas de rock uruguaias com maior futuro naquele país.

Próximo ao La Vela Puerca, No Te Va a Gustar são consolidadas na Argentina, onde no último ano conseguiram alcançar rádios de todo o país e estão despontando como uma das bandas preferidas do público. Antes dos shows que eles vão desistir Parque Luna, o jornal argentino conversou com eles sobre seus projetos imediatos, a independência musical, a relação Montevidéu-Buenos Aires e, claro, sobre o novo álbum, El camino más largo., que vêm se apresentar nos dias 24 e 25 de abril em Buenos Aires.

A grande banda de Montevidéu é composta por Brancciari (guitarra e voz), Gonzalo Castex (percussão), Martín Gil (trompete), Denis Ramos (trombone), Mauricio Ortiz (sax), Marcel Curuchet (teclados), Guzmán Silveira (baixo) e Diego Bartaburu (bateria )

Então o entrevista completa:

Quais são os pontos fortes e fracos das estradas longas? E os shorts?
A virtude do caminho longo, antes de mais nada, é poder viver assim. Essa é a melhor coisa em todas as situações da vida que acabam sendo uma jornada: aproveitar a jornada em si mais do que o destino. A desvantagem da longa estrada é que, se você está com pressa, provavelmente não vai gostar. Pelo caminho curto você chega em menos tempo, mas não gosta do percurso. E há uma diferença entre pegar atalhos e ir aonde você acha que tem que ir, e passar pelos estágios que você precisa queimar para chegar a algo. Talvez você chegue no mesmo lugar, mas no caminho mais longo a satisfação é maior. O que custa é mais valorizado. De repente, para pegar atalhos, você tem que desistir.
Isso tem a ver com independência?
Bem, somos uma banda independente, optamos por lançar nossos próprios discos. Existem os atalhos: você pode assinar com uma multinacional, aconteceu conosco em algum momento e felizmente conseguimos sair. Não é que seja contra, simplesmente não nos serve. Não temos pressa. Gostamos de fazer as coisas aos poucos, investindo, mas com total controle sobre o que fazemos.
Nesse sentido, como você vê a geração para a qual canta?
E é uma geração que está quieta. A rebelião é vista do outro lado. Por um lado isso não constrói. O individualismo é o que prevalece. Os jovens aprendem que devem pisar na cabeça do próximo e inventar certas coisas: 'Merda no vizinho e não fazer nada em grupo porque não funciona'. Acho que nós, como banda, sempre fomos o oposto.
Você é argentino, veio morar em Montevidéu aos 12 anos, o que você mais valoriza em estar aqui e o que sente falta em Buenos Aires?
Tenho saudades do meu pai, amigos, ir a campo para ver o Boca ... Resgatado de viver no Uruguai a tranquilidade. Poder ir de um lado para o outro em 10 minutos. Obviamente, há minha família e meus amigos. Encontrei minha vocação aqui. Tenho um carinho enorme por Montevidéu, é uma cidade linda. Eu amo Buenos Aires, mas o primeiro problema de trânsito que te pega em um táxi, você quer voltar. Como banda, eles não pensavam em morar lá, sabemos que isso seria justamente um atalho.
Os paparazzi roubaram fotos suas, você fez uma música criticando a mídia ...
Para alguns meios de comunicação. Eles tiraram uma foto minha na porta para uma revista de fofocas. Isso não era muito comum aqui, o que acontecia na Argentina sempre foi consumido. Mas como não há show business glamoroso aqui, eles vieram para quebrar minhas bolas. Saímos de um ensaio e vi um cara na frente com uma lente enorme. Entrei mas já tinham tirado duas fotos minhas. Foi capa dessa revista e fiquei muito brava, mas não pude fazer nada. Uma foto roubada, sem discussão, sem nota. A música fala do mal uso do poder da mídia. Você não tem que acreditar em tudo, basicamente. É um poder que damos quando decidimos ligar a TV ou comprar essas revistas. Você tem todo o direito, mas se continuar fazendo isso, você continua dando poder para certas coisas. Ninguém te obriga a ver que Moria Casán brigou com não sei com quem.
Você recebeu muitas críticas pelos novos sons que eles usam no álbum?
Mude o que tem que mudar. É lógico. Tem muita gente que te fala: 'Gostei dos primeiros discos'. Acredito que se não mudássemos, seríamos uma farsa. Se eu continuasse escrevendo as mesmas coisas e parecendo o mesmo que tinha aos 17 anos, não seria autêntico. Depois de quinze anos, você não é a mesma pessoa. Os problemas não são os mesmos. Naquela época eu estava preocupado em saber se teria um pouco de dinheiro para sair no fim de semana ou se o Boca perderia. É impossível oferecer o mesmo. Tem muita gente que gostou do novo, e é perfeito que haja muitas outras pessoas que não gostem. A vida é assim, dinâmica. Obviamente, existem princípios que permanecem: a forma de ser e de se relacionar com a banda e a forma de vivenciar a música.

fonte: Clarín


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