A primeira vez que ouço Klaus e Kinski Já em 2008, além de ser ofuscado por algumas músicas, pensei que não teriam muito futuro além da surpresa, pois acreditava que a voz tênue e frágil da cantora iria acabar pesando em um projeto musical tão eclético quanto o um que eles ofereceram naquela estreia inspirada "Sua fogueira está queimando."
Mas não foi por acaso que a voz de Marina se encaixou tão perfeitamente em partes diametralmente opostas como "Mengele e amor" o "Roonie O'Sullivan", e não foi porque na realidade dentro da rica base instrumental demonstra sua solvência movendo-se como um peixe na água por estilos muito diversos, e foi assim que minha teoria afundou, já que a voz do cantor acabou se tornando o selo de identidade do projeto.
Sempre abraçando a fragilidade e contando histórias do cotidiano (às vezes traumáticas) por meio da ironia, o grupo chega neste terceiro álbum "Ferreiros e fadiga" com a impressão de continuar em um estado de graça permanente. Não é fácil encontrar tamanha tolerância no pop espanhol, então, a princípio, só me vem à mente Individual, O grupo de Teresa Iturrioz (Le Mans). E é assim que eles adotam o dístico em "Sacrifício" e eles não se importam em misturar arranjos eletrônicos com guitarras eminentemente rock em "Deep Peaks", surpresas que dão cor a um álbum em que se destaca o pop sonhador que se habituaram a entregar. E eles acertaram o alvo novamente em tópicos precisos como "Soneto", "Contrato" ou "A Pensão" e dão a impressão de que refinaram e, no final das contas, melhoraram seu projeto em uma direção claramente ascendente, onde só eles saberão onde está o topo.
http://www.youtube.com/watch?v=JSLFxi5dN6A